quarta-feira, 3 de março de 2010

Feminismo

Feminismo é o movimento social que defende igualdade de direitos e status entre homens e mulheres em todos os campos. Embora ao longo da história diversas correntes filosóficas e religiosas tenham defendido a dignidade e os direitos da mulher em muitas e diferentes situações, o movimento feminista remonta mais propriamente à revolução francesa. Costuma-se dividir o movimento feminista em três fases, ou “ondas”, como também são chamadas. A primeira fase nasce com a Revolução Francesa estendendo-se até o fim da Primeira Guerra Mundial. Já a segunda fase engloba as décadas de 60 e 70, buscando um progresso mais educativo das mulheres. Já a terceira fase se inicia nos anos 90 até a atualidade.
A primeira fase do movimento feminista questionou a contradição entre o universalismo dos direitos políticos individuais e o universalismo da diferença sexual, uma vez que a exclusão da cidadania feminina se baseava somente na sua condição de nascimento, fato que recorria à natureza para justificar as vontades dos homens.
Durante o século XIX a defesa dos direitos femininos assumiu várias formas de expressão bastante organizadas. O início do movimento sufragista se deu na Inglaterra, com a proposta da substituição da palavra “homem”, que figurava na lei sobre o direito do voto, pela palavra “pessoa”, a autoria da proposta foi de John Stuart Mill, deputado da época.
Essa reivindicação foi então vinculada na França pelo jornal La Citoyenne e pela associação Le Suffrage dês Femmes. No Reino Unido, em 1918 o Representation of the People Act foi aprovado, permitindo que mulheres acima de 30 anos que possuíssem uma ou mais casas pudessem votar. Após 10 anos este direito se estendeu a todas as mulheres acima de 21 anos de idade. Nos Estados Unidos, líderes deste movimento incluíram Lucretia Mott, Lucy Stone, Elizabeth Cady Stanton e Susan B. Anthony, que haviam todas lutado pela abolição da escravidão antes de defender o direito das mulheres ao voto.
As reivindicações do feminismo desse período tiveram como questões centrais a extensão dos direitos políticos às mulheres, assim como acesso à educação pública e emergência de questões sociais como a investigação da paternidade, igualdade nos direitos contratuais e de propriedade para homens e mulheres, oposição de casamentos arranjados e da propriedade de mulheres casadas (e seus filhos) por seus maridos.
A segunda fase se inicia na década de 1960 durando até a de 1980, seria então a continuação da fase anterior só que com uma maior preocupação com questões de igualdade e o fim da discriminação como foco principal. O movimento foi marcado por protestos, o concurso Miss America e a queima de sutiãs, embora a dimensão real das queimas de sutiãs tenha tido controvérsias. Ressalvando que a libertação da mulher é uma denúncia baseada em uma opressão de raízes profundas que atinge todas as mulheres independentes da cultura, classe social, sistemas econômicos e políticos.
Assim esse período atua com base numa perspectiva de superação das relações conflituosas entre os gêneros, recusando o a noção de inferioridade ou desigualdade natural. Caracteriza também esse período a evidencia de intelectuais e lideres do sexo feminino, sendo tal fato um
reflexo das mudanças sociais, políticas e educativas que estiveram ao alcance dessas mulheres que se projetaram com líderes feministas. Destaca-se as ativistas e autoras Simone Beauvoir, Betty Friedan, Carol Hanisch, Bell Hooks e Kate Millet. Gloria Jean Watkins (que usava o pseudônimo Bell Hooks), no seu livro Feminist Theory From Margin to Center (1984) argumenta que este movimento teria passado por cima das divisões de raça e classe, não conseguindo atingir as questões que dividiam as mulheres, salientando também a falta de vozes minoritárias no movimento. Já Betty Friedan no livro The Feminine Mystique (1963) criticava a ideia de que mulheres poderiam encontrar satisfação apenas na criação dos filhos e atividades do lar, essa idéia “incendiou” o movimento feminista nos Estados Unidos e países de todo o mundo, se tornando um dos mais influentes livros de não-ficção do século XX. Friedan levanta a hipótese de que as mulheres sejam vitimas de um sistema falso de crenças que exige que elas percam completamente sua identidade para a de sua família.
O movimento feminista obteve muitas vitórias. O aborto e o divórcio foram dois temas que marcaram o movimento durante a década de 1970, porém, no final dessa década o movimento feminista sofreu um declínio devido às transformações sociais, políticas, sociais e econômicas que atingiram as sociedades favorecendo que outros temas ganhassem maior atenção do público e da cena política.
A terceira fase do feminismo inicia-se a partir da década de 1990, retomando as reivindicações com base em novas questões sociais.
O movimento feminista brasileiro teve como sua principal líder a bióloga e zoóloga Berta Lutz, que fundou, em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Essa organização tinha entre suas reivindicações o direito de voto, o de escolha de domicílio e o de trabalho, independentemente da autorização do marido. Outra líder feminina, Nuta Bartlett James, participou das lutas políticas do país na década de 1930 e foi uma das fundadoras da União Democrática Nacional (UDN).
Segundo foi publicado no site da
Fundação Perseu Abramo em Março de 2006, cerca de uma em cada cinco brasileiras (22%) considera-se total (8%) ou parcialmente feminista (14%). Cerca de uma em cada cinco brasileiras (22%) considera-se total (8%) ou parcialmente feminista (14%), enquanto 78% não o são (41% não se consideram, 24% disseram não saber o que é feminismo ou não souberam se classificar e 13% disseram ser feministas, mas confundiram feminista com feminina, conforme pergunta-controle posterior, sobre o que entendiam por feminismo).
O movimento feminista se organiza e atua em diferentes formas e frentes de luta, resultando em muitas vertentes diversas ao longo da história e contexto social seja por meio da igualdade, da diferença e da separação. Há feministas liberais e socialistas, radicais, feminismo cultural, essencialista (ecofeminismo), lesbiano, pragmático, entre outros. Porém é existente no feminismo um compromisso comum: por fim a dominação masculina e à estrutura patriarcal.
Algumas feministas ocidentais dizem que faltam muitas conquistas pelas quais as frentes ainda têm que lutar. Em alguns países em desenvolvimento algumas conquistas ainda não são tomadas como reais.
Conquistas do feminismo no ocidente: o direito ao voto, ao divórcio, controle sobre o próprio corpo em questões de saúde incluindo o uso de preservativos e aborto, a posse de terras, crescimento das oportunidades de trabalho para mulheres e salários mais próximos aos dos homens.

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